Existe sempre um momento em que os bloggers de comida falam sobre a sua infância e os pratos que mais influenciaram o seu gosto pela comida. Para mim, hoje é esse dia.
Não era preciso ser um dia especial nem haver nenhum motivo em particular para a minha mãe fazer vol-au-vent de frango. Se calhar era quando ela lá tinha uma massa folhada no frigorífico esquecida e um bocadinho de frango que não dava para fazer mais coisa nenhuma. O que é certo é que este prato leva-me de imediato para a minha infância e faz com que as minhas glândulas salivares comecem logo a funcionar, quando me lembro da acidez do molho de tomate a contrastar com a textura cremosa do frango e a massa folhada a desfazer-se em pedacinhos (e a sujar tudo à minha volta).
A Receita
- Cortar um alho francês a meio e parti-lo muito finamente. Fritar em lume baixo, até amolecer.
- Juntar 1 alho esmagado e 5 tomates cherry partidos a meio. Ralar meia cenoura grosseiramente e juntar. Temperar tudo com um pouco de sal e pimenta e mexer. Deixar refogar um pouco.
- Partir dois peitos de frango em pedaços pequenos, aumentar o lume e juntar ao refogado. Mexer para fritar ligeiramente.
- Juntar uma colher de farinha e envolver bem todos os ingredientes.
- Juntar duas colheres de polpa de tomate e 200 mL de água e deixar a fervilhar durante, pelo menos, 15 minutos.
- Aumentar o lume para reduzir o molho. (Tentem tirar o alho a este ponto ou rezem para não o confundirem com um pedaço de frango no meio da massa)
- Numa forma de bolo redonda e pequena, estender uma folha de massa folhada. Deve sobrar bastante massa dos lados. Picar com um garfo a massa toda.
- Colocar o recheio no centro da massa e fechar como um embrulho. Não se preocupem se não fechar completamente.
- Pincelar tudo com um ovo batido com um fio de azeite. Levar a forno pré-aquecido a 180 ºC por 30 minutos.
Já sei que vocês estão a pensar “então mas afinal isto não passa duma empada em ponto grande”. Se há coisa que todos sabemos é que dizer qualquer coisa em francês dá sempre um toque mais refinado. E mesmo quando partilhamos do medo catastrófico do Astérix, a preocupação soa sempre mais sexy quando dizemos: le ciel va nous tomber sur la tête!